Antíoco VII Sideta
Antíoco VII Sideta | |
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Монета с лика на Антиох VII | |
Nascimento | 159 a.C. Sida |
Morte | 129 a.C. (29–30 anos) Ecbátana |
Cidadania | Império Selêucida |
Progenitores | |
Cônjuge | Cleópatra Teia |
Filho(a)(s) | Antíoco IX de Cízico, Seleucus |
Irmão(ã)(s) | Demétrio II Nicátor, Antigonus |
Ocupação | monarca |
Antíoco VII Evérgeta, dito Sideta (em em grego: Αντίοχος Ζ' Σιδήτης; ca. 159 a.C. — 129 a.C.[1]) em referência a Sida, cidade da Ásia Menor (atual Turquia), onde ele foi criado,[2] foi um governante do Império Selêucida que reinou de 138 a.C. a 129 a.C. Era irmão de Demétrio II Nicátor.[3] De acordo com Eusébio de Cesareia, ele se chamaria Antíoco V, pois foi o quinto rei da Síria de nome Antíoco.[4] Foi o último grande rei selêucida. Flávio Josefo o chamada de Antíoco Pio, pela moderação que ele mostrou quando capturou Jerusalém.[5]
Contexto histórico
[editar | editar código-fonte]Demétrio I Sóter, ao se tornar rei da Síria, tentou expandir seus domínios, mas seus vizinhos, Ptolemeu VI Filómetor, do Egito, Átalo II de Pérgamo, e Ariarates V da Capadócia, arrumaram um jovem, Alexandre Balas, como se fosse um herdeiro real.[6] Alexandre Balas era um suposto filho de Antíoco Epifânio,[7] Demétrio I era filho de Seleuco IV, [8] irmão de Antíoco Epifânio.[2]
Ptolemeu VI Filómetor casou sua filha Cleópatra Teia com Alexandre Balas.[8]
Alexandre Balas derrotou Demétrio I Sóter, que morreu em batalha.[6] Demétrio havia confiado seus dois filhos a um amigo em Cnido, com uma fortuna, e o mais velho, Demétrio II Nicátor, com o apoio de cretenses, atacou Alexandre Balas.[9]
Ptolemeu VI transferiu Cleópatra de Alexandre para Demétrio II Nicátor.[10] filho de Demétrio I Sóter.[2]
Na Batalha de Antioquia (145 a.C.), morreram Ptolemeu VI Filómetor e Alexandre Balas, mas Demétrio II Nicátor sobreviveu.[2]
Demétrio continuou a guerra, e derrotou Antíoco VI; no ano seguinte ele juntou as tropas na Babilônia para atacar Ársaces[2] (Mitrídates I da Pártia)[Nota 1]. No ano seguinte, o terceiro ano da 160ª olimpíada, ele foi capturado por Ársaces.[2]
Usurpação por Diódoto Trifão
[editar | editar código-fonte]Quando Demétrio II foi capturado, Diódoto Trifão, seu governador, assassinou Antíoco VI Dionísio, filho de Alexandre Balas, e alegou que Antíoco havia morrido nas mãos dos médicos.[11]
Cleópatra Teia estava cercada em Selêucia com seus filhos, e Antíoco VII estava proibido de entrar nas cidades por causa de Trifão, mas Cleópatra chamou Antíoco, e propôs que eles se casassem, e que Antíoco tomasse o reino.[11] Segundo Flávio Josefo, Cleópatra foi aconselhada a esta estratégia por seus amigos, por medo que a cidade de Selêucia fosse entregue a Trifão.[11]
Reinado
[editar | editar código-fonte]Durante o período de cativeiro de Demétrio, Antíoco Sideta saiu de Side e, no quarto ano da 160a olimpíada, tomou posse da Síria.[2]
Em 138 a.C. [12] Diódoto foi atacado e derrotado por Antíoco VII.[12][13] Ele foi preso na fortaleza de Coracésio (atualmente Alanya), onde se suicidou,[14] ou foi executado em Apameia após esta cidade ter sido capturada,[13] em 137 a.C.[12]
No terceiro ano da 162a olimpíada, Sideta conquistou os judeus após um cerco de Jerusalém, e executou os principais líderes dos judeus.[2] De acordo com Flávio Josefo, o sumo sacerdote de Israel, João Hircano I, abriu o sepulcro do Rei Davi e de lá retirou três mil talentos, que entregou a Sideta para que esse poupasse a cidade.[15]
Sidates, então, atacou a Pártia, apoiado pelos judeus,[16][Nota 2] e, por um curto tempo, recuperou a Mesopotâmia, Babilônia e a região dos Medos. Antíoco, após derrotar o general parta Indates, ergueu um troféu no Rio Lico.
No quarto ano da 162a olimpíada, Ársaces [Nota 3] atacou com 120.000 tropas, libertando Demétrio II para causar confusão.[2] Antíoco Sideta atacou a Pártia no inverno, e foi morto, aos 35 anos de idade.[2]
O reino Selêucida, então, passou a se restringir à Síria.
Filhos, sobrinhos e enteados
[editar | editar código-fonte]Antíoco VI era filho de Alexandre Balas [17] e enteado de Demétrio II Nicátor,[18] portanto filho de Cleópatra Teia.
Demétrio II e Cleópatra Thea foram os pais de Seleuco V Filómetor [3] e Antíoco VIII Gripo.[3][19]
Antíoco Sideta e Cleópatra Teia foram os pais de Antíoco IX de Cízico.[3][20][Nota 4] Antíoco Sideta teve três filhos e duas filhas, duas filhas de nome Laódice e um filho de nome Antíoco, que morreram de doença, um filho de nome Seleuco que foi capturado por Ársaces na batalha em que Antíoco Sideta morreu e um filho de nome Antíoco, que foi criado pelo eunuco Crátero em Cízico.[4]
Notas e referências
Notas
- ↑ Nos textos cuneiformes, os reis da Pártia usavam apenas o nome Arshaka, Arshakan ou Arshakamma, helenizado como Ársaces, assim como os Imperadores Romanos usavam César como nome. Ver A. T. Olmstead, Cuneiform texts and hellenistic chronology [em linha]
- ↑ Flávio Josefo, comentando sobre Nicolau de Damasco, cita um texto de Nicolau, no qual Hircano é chamado de Lircano, o Judeu.
- ↑ Ársaces é o termo genérico para o rei dos Partas, assim como César foi usado para os imperadores romanos. Este rei dos partas é Fraates II de Pártia.
- ↑ Flávio Josefo não menciona Cleópatra Teia como mãe de Antíoco Sideta, mas diz que Sideta e Cízico eram meio-irmãos por parte de mãe.
Referências
- ↑ Hornblower, Simon e Spawforth, Anthony (editores). Oxford Classical Dictionary, verbete "Antiochus VII". Oxford University Press, 1996.
- ↑ a b c d e f g h i j Eusébio de Cesareia, Crônica, Os Reis da Ásia Menor depois da morte de Alexandre, o Grande, 96 [em linha]
- ↑ a b c d Apiano, História Romana, As Guerras Sírias, 68 [em linha]
- ↑ a b Eusébio de Cesareia, Crônica, 97
- ↑ Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIII, Capítulo 8, Hircano se torna sumo sacerdote, e expulsa Ptolemeu do reino. Antíoco luta contra Hircano, e depois se alia a Hircano, 2
- ↑ a b Justino, Epítome das Histórias de Pompeu Trogo, 35.1 [em linha]
- ↑ Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIII, Capítulo 2, Como Alexandre Balas, na guerra contra Demétrio, dá várias vantagens a Jônatas e o nomeia sumo sacerdote, e o convence a ajudá-lo, mesmo Demétrio tendo prometido maiores vantagens. Sobre a morte de Demétrio., 1
- ↑ a b Bar Hebreu, Cronografia, Livro VII, O primeiro reino dos gregos, Aqui começa a sétima série, que passa dos reis dos persas até os gregos pagãos
- ↑ Justino, Epítome das Histórias de Pompeu Trogo, 35.2 [em linha]
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XXXII, 9c
- ↑ a b c Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIII, Capítulo 7, Como Simão se aliou a Antíoco Pio, e lutou contra Trifão, e, depois, contra Cendebeu, general de Antíoco; como Simão foi assassinado por seu genro Ptolemeu à traição, 1 [em linha]
- ↑ a b c Speake, «Diodoto Trifón», p. 121 no Google Livros
- ↑ a b Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIII, Capítulo 7, 2
- ↑ Estrabão, Geografia, Livro XIV, 5.2
- ↑ Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIII, Capítulo 8, 4
- ↑ Nicolau de Damasco, citado por Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIII, Capítulo 8, 4
- ↑ Chronographeion Syntomon, O quarto reino do reino de Alexandre [em linha]
- ↑ Justino, Epítome das Histórias de Pompeu Trogo, 36.1 [em linha] [em linha]
- ↑ Justino, Epítome das Histórias de Pompeu Trogo, 39.1 [em linha]
- ↑ Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIII, Capítulo 10, Como durante a luta de Antíoco Gripo e Antíoco de Cízico Hircano tomou Samaria e a destruiu, e como Hircano se uniu à seita dos saduceus e abandonou a seita dos fariseus., 1
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